quinta-feira, 10 de julho de 2014

Tecnologia: Inovação na educação

Autor: Nivaldo Foresti

Há muito tempo a educação deixou de ser um bem restrito apenas à área acadêmica. Cada vez mais, empresas de todos os setores e portes investem na educação corporativa de seus colaboradores em busca do desenvolvimento de talentos na gestão dos negócios. Muitos sucessos foram obtidos com essa estratégia, mas os modelos atuais começam a ficar saturados, colocando em xeque os resultados esperados pelas corporações. Novas tecnologias surgem a cada dia prometendo a fórmula mágica para impulsionar o aprendizado e formar os melhores profissionais para o mercado corporativo.

Desde que entrei no mundo da tecnologia para educação, há quase dez anos, fico vasculhando a internet em busca de informações sobre como aplicá-la nos treinamentos corporativos e os benefícios que ela pode trazer aos negócios. O que encontrei foram muitos blogs e, principalmente, colunas de empresas de tecnologia dessa área, mas poucas informações isentas que apontem caminhos e tecnologias inovadoras na área de educação corporativa e acadêmica, focos deste blog, que irá abordar também dicas de cursos e recomendações sobre os setores mais interessantes para construir uma carreira.

A tecnologia pode ter efeito na eficiência e eficácia da educação, corporativa ou formal, mas acredito que estamos próximos de uma redefinição e reconceituação da certificação do aprendizado e da educação corporativa. Duas citações, de cientistas que aprecio, corroboram essa afirmativa.

Ray Kurzweil, um dos mais notáveis inventores, pensadores e futuristas do século 21, comenta em seu livro he Singularity Is Near (colocarei sempre um emotion para destacar informações que considero importantes): “Uma análise da história da tecnologia mostra que a mudança tecnológica é exponencial, contrário à visão de senso comum de que ela é linear. Não iremos ter 100 anos de progresso no século 21 – serão mais de 20 mil anos na velocidade atual. O “returns”, tais como a velocidade e o custo/benefício de um chip crescerá exponencialmente.”

Já o professor de física teórica da City University de Nova York e cocriador da teoria das cordas, Michio Kaku, fala em seu livro A Física do Futuro:Os óculos com acesso à internet (você deve saber que o Google já está vendendo o Glass) podem alterar o sistema educacional. ”No futuro, alunos prestando um exame poderão pesquisar silenciosamente as respostas na internet via lentes de contato, o que será um óbvio problema para professores que costumam confiar no decoreba. Isso significa que, ao contrário disso, os educadores terão que enfatizar a capacidade de pensamento e raciocínio em seus testes.”

A velocidade da transformação pode ser vista a olho nu. VOD, Adaptive Learning, Blended Learning, Flipped Learning, Education Analytics, STEM, LMS, sistemas integrados de Gestão, Tablets, Streaming, dentre tantas outras abordagens tecnológicas estão sendo usadas comumente nas empresas e nas escolas. Durante a ETIS de 2013, um evento voltado à inovação e tecnologia para educação, as informações abaixo foram apresentadas em uma palestra que chamou a atenção: em meados do século XX a educação por rádio e TV aumentou em 20% as matriculas nas escolas. Já o conteúdo em vídeo streaming representa 22 bilhões de visualizações e é o terceiro segmento que mais cresce dentre as mídias em geral (veja gráfico).

O último estudo sobre educação universitária da Horizon Report, de 2014, traz na seção “Importantes Desenvolvimento em Tecnologia para Educação” o indício de que haverá adoção, dentro dos próximos quatro ou cinco anos, da tecnologia de Assistentes Virtuais (Virtual Assistants) nas instituições de ensino.
Segundo o estudo, o uso de NUIs (Natural User Interface) permitirão – como no clássico vídeo da Apple do Knowledge Navigator (https://www.youtube.com/watch?v=QRH8eimU_20) – , que assistentes virtuais sejam usados no ensino sem a intervenção de professores reais, adicionando novas formas de aprendizado. O estudo traz aplicações que podem ser testadas em seus estados iniciais de desenvolvimento. No entanto, podemos encontrar casos de uso direcionados dessa tecnologia, inclusive no Brasil.

Na Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, essa tecnologia está sendo usada. Foram desenvolvidos dois avatares de nomes Carol e André. A primeira serve àqueles que querem ingressar na universidade informando, em linguagem natural durante uma conversação, sobre cursos, locais, preços e outras informações de interesse do cliente/aluno tal qual um ser humano faria. Caso a Carol não consiga atender a algum questionamento e o horário ainda é compatível com o atendimento real da universidade, o dialogo entre ela e a pessoa que deseja informações é passado para o atendente humano.

André, por outro lado, faz coisas mais interessantes. Ele resolve as requisições dos alunos sem a intervenção humana. Transferências, pedido de notas, pedido de reposição de provas e outras situações típicas de uma secretaria são tratados por André. São duas mil requisições atendidas diariamente com apenas 10% delas sendo remetidas para a secretaria real. A economia de tempo e dinheiro foi grande para a universidade.

Hoje, os avatares da Estácio atendem por um chat “conversando” com seu interlocutor em linguagem coloquial, respondendo e perguntando sobre dúvidas que ainda restam para se conseguir a resposta adequada ao aluno ou àquele que pretende estudar na universidade.

Os objetivos da Estácio com a adoção dessa tecnologia estavam baseados nas seguintes premissas:
- Redução do custo na ajuda a cada cliente
- Oferecer um serviço interativo 24/7
- Garantir um serviço consistente
- Garantir que seus clientes são servidos também em períodos de pico
- Permitir obter uma visão sobre o que seus clientes querem – Business Intelligence (sim o sistema cria metadados e eles podem ser avaliados em uma ferramenta da plataforma de quais assuntos estão sendo discutidos – tais como que cursos adicionais são procurados)
- Gerar oportunidades de marketing
- Aumentar a conversão de potenciais prospects em clientes efetivos

O retorno sobre o investimento foi de apenas cinco meses. Isso foi conseguido com o aumento da eficiência do atendimento ao aluno/cliente, com a diminuição do trabalho da secretaria, com o Business Intelligence dos diálogos contextualizados por meio de metadados o que permitiu a análise dos “argumentos de venda” e com a conversão de potenciais clientes em alunos de fato.


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