terça-feira, 12 de junho de 2012

Cloud: em dez anos, dados mundiais estarão unificados e senhas serão extintas


Simon Rowell, da Jamcracker: para ele, o futuro é sem senhas e o presente é sem teclado físico. Note que seu computador possui duas telas e é totalmente touch


Imagine um mundo completamente conectado em cloud computing. Aonde quer que você vá, suas informações – nome, idade, preferências, gosto musical, conta bancária, histórico profissional – lhe seguem. O dispositivo, seja smartphone, tablet, computador, é uma mera forma de acessar seu big data personalizado. A identificação de seus dados para pagamento de contas, solicitação de encomenda ou aproximação direcionada para oferta de um produto se daria por meio de seu reconhecimento biométrico, sem qualquer necessidade de senhas. Aliás, a próxima geração de seres humanos hiperconectados não fará a menor ideia de como usar uma senha. Este é um mundo, não tão distante, previsto por Simon Rowell, vice-presidente da empresa norte-americana Jamcracker: nossos dados estarão agregados na nuvem em cerca de cinco anos. Em nível mundial. E o reconhecimento de usuário, sem necessidade de senhas, será realidade em dez anos.


Atualmente como executivo de uma companhia que fornece aparato tecnológico para que empresas de cloud computing, como a Amazon, possam efetuar suas atividades, Rowell foi o inventor, em 2007, da patente norte-americana de autenticação via arquitetura biométrica – ou seja, a validação de acesso via reconhecimento facial, por exemplo. Não fica difícil, portanto, imaginar o motivo que levou o executivo a prever um mundo livre de senhas. Livre de dados espalhados entre mil dispositivos. Livre, enfim, da descentralização dos dados e confusão de quem depende destas informações.


Em visita ao Brasil, o executivo concedeu uma entrevista exclusiva ao IT Web para explicar suas ideias sobre o destino de um mundo interconectado. “A próxima onda da tecnologia, com certeza, é a da computação em nuvem. E ela já está acontecendo”, preconizou. O especializa explicou que chegará um momento no qual todas as nuvens serão interconectadas, e o usuário terá a noção de apenas uma grande cloud de dados. Claro que, para esse compartilhamento, serão levados em consideração níveis de segurança da informação e disclosure de dados. “Não importa se você vai acessar suas informações de um iPad, Xbox, TV ou carro. Você precisa ter acesso à mesma informação”, disse.


Assustador?
O próprio Rowell considera que este novo mundo possa parecer assustador, afinal, centraliza tudo o que existe de informações em um ambiente, acessível, dependendo das regras que você pré-estabeleceu, a qualquer um. “Você começará a ter ideia de que a informação não vive mais em seu PC – ela vive em outro lugar. Em storages sempre acessível. Então não importa se o seu PC for roubado. Sua informação está a salvo”, completou.


Por outro lado, não podemos deixar de lembrar que a computação em nuvem e a concessão de dados pessoais é algo que fazemos, talvez, sem tomar conhecimento. Uma rede social como o Facebook ou Linkedin, por exemplo, é porta de entrada para passarmos informações pessoais a um servidor desconhecido todo amparado em nuvem. O usuário não sabe onde está o data center e pouco se importa, porque o objetivo que tem com ele é um determinado serviço que, neste caso, é conectar contatos.


Mas é neste ponto que o processo encontra dificuldades de se estabelecer: o das regras de privacidade, que variam conforme cada país. A cloud computing já é uma tecnologia acessível, mas o desconhecimento sobre suas regras e o medo de concentração de dados ainda assombra algumas nações. O Google, por exemplo, enfrentou sérias dificuldades com o governo alemão quando decidiu inserir imagens do país em seu serviço Street View. O Canadá, por exemplo, não concorda como a forma que os Estados Unidos lidam com os dados presentes em servidores alocados em solo norte-americano: pela legislação local, o FBI tem acesso irrestrito a qualquer informação lá depositada, reduzindo, por exemplo, a privacidade de empresas canadenses que direcionam seu parque de data center para a nação vizinha. Aqui no Brasil, o Google deverá dar explicações à Câmara Federal por conta da unificação de políticas de privacidade de cerca de 60 de seus produtos, o que coloca, em apenas um ambiente, todos os dados do internauta, personalizando não somente resultados de busca, mas, também, anúncios publicitários.


“A Europa tem legislação diferente dos Estados Unidos, por exemplo. E as legislações mudam de país para país. Temos de trabalhar contra isso, porque todos podem ter acesso às informações das quais precisa em um ambiente de nuvem”, ponderou. Simon explicou que, da perspectiva do usuário, se tratará de uma grande cloud, não importando qual é privada, qual é publica e qual é hibrida. “Telepresença, tecnologia de geolocalização… tudo estará disponível a todos. As pessoas terão serviços sensacionais, da forma que precisar. E o foco será no que quer fazer. A forma como será feito ficará infinitamente mais fácil”, finalizou.


FONTE: CorpTV


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